quinta-feira, 10 de maio de 2012

O Aterro Sanitário



Como já discutido aqui no blog o destino do lixo tem sido uma preocupação nacional e crescente já que cresce a cada dia a produção de lixo no país. Alguns programas de resíduos sólidos estão sendo elaborados pelo Ministério do Meio Ambiente juntamente com a FUNASA - Ação Resíduos Sólidos da Fundação Nacional de Saúde - e outros órgãos. O objetivo é acabar com os lixões e melhorar a qualidade ambiental. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o projeto prevê a implantação, ampliação ou melhoria do sistema de coleta em todos os Estados brasileiros e bem que nossa cidade deveria ser contemplada com um apoio para desenvolver ações concretas com relação ao destino do lixo, as futuras administrações podem buscar ficar a par do projeto e em angariar o apoio e os fundos necessários para investimentos e tais ações. 

Contudo espero realmente que a preocupação e os investimentos para destinação mais correta ao lixo produzido por nosso município não acabe como a ETE – Estação de Tratamento de Esgoto – que apesar de as obras terem sido iniciadas não foram concluídas e já tem meses que estão paradas e o único rio que corta nossa cidade continua poluído, o esgoto continua sendo jogado no mesmo e a população continua sofrendo com o mal cheiro,  esse, porém é um assunto que terá um tópico especial, no momento discutiremos aqui o que seria um aterro sanitário e como funciona, lembrando que para que tenhamos um aterro sanitário ou controlado é preciso também incentivar a reciclagem e a coleta seletiva.

Um aterro sanitário é uma “instalação de eliminação utilizada para a deposição controlada de resíduos acima ou abaixo da superfície natural”, em que os resíduos são lançados ordenadamente e cobertos com terra ou material similar. Existe coleta e tratamento do chorume e controle sistemático das águas lixiviantes e dos gases produzidos, além disso, é realizado monitoramento dos impactos ambientais durante a operação e após o seu encerramento.

A diferença entre o aterro controlado e o sanitário está exatamente no fato de que no sanitário há a coleta e tratamento do chorume e no outro não.
Somente a argila pode ser usada para cobrir os resíduos por ser impermeabilizante essa camada de terra que vai por cima dos resíduos evita a presença de animais, como urubus, cães e insetos. Também pode ser usado uma lona preta plástica que muitas vezes é vista em barracos para uso humano chamada polietileno de alta densidade (PEAD), que em geral tem espessuras de 1,5mm ou 2mm.
Tecnicamente falando agora, um aterro sanitário é uma solução que incorpora todas as recomendações das boas técnicas e práticas de geotecnia ambiental atualmente incorporadas nas engenharias sanitária e ambiental.

Trata-se da escavação de uma vala, em que a cota da superfície de fundo esteja no mínimo 3m acima do lençol freático, que deverá ser revestida com uma geomembrana (neste caso a lona).
Para garantir a eficácia e eficiência do sistema de impermeabilização que evita que os líquidos do lixo, chamados de chorume, se infiltrem contaminando solos e água subterrânea, colocamos um colchão de areia e um dreno chamado “testemunho” abaixo da lona plástica impermeabilizadora. Este dreno é recolhido numa caixa de inspeção fora da vala, e o objetivo é que sempre esteja seco, pois se apresentar chorume significa que a lona foi danificada e precisa ser consertada. Caso contrário não adianta fazer o aterro sanitário e não garantir sua eficácia.

Acima da lona, são instalados filtros para expulsão de gases, como o metano que se forma da fermentação da matéria orgânica, e um sistema de coleta de chorume no fundo da vala, para envio deste líquido para um instalação de tratamento do efluente.
Em aterros de classe IIA, realizados pelas prefeituras para acondicionamento dos resíduos domésticos, raramente estes aterros tem cobertura. Mas em ARIPs (Aterro de Resíduos Industriais Perigosos, que são classe I), mantidos por empresas e instituições privadas para destinação final de seus resíduos perigosos, estes aterros são geralmente cobertos, para que o volume de chuvas não aumente a quantidade de efluentes a serem tratados.

Tanto nos aterros públicos, quanto nos privados, sempre é feita uma drenagem pluvial em superfície, com meia cana, por fora da escavação, para impedir que as águas superficiais aumentem o volume de chorume a ser produzido e tratado.

Toda água que passa através dos resíduos, sejam quais forem os resíduos, se torna contaminada e precisa de tratamento. E em ambos os casos são instaladas redes de piezômetros (que nada mais são do que poços de coleta de amostras para controle), onde são coletadas e analisadas águas em intervalos trimestrais. Isto é feito para garantir que os aterros estejam sendo eficientes e não estejam poluindo ou degradando solos e águas subterrâneas.

Biografia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por participar do blog Verde de Francisco Sá.