Como já discutido aqui no blog o
destino do lixo tem sido uma preocupação nacional e crescente já que cresce a
cada dia a produção de lixo no país. Alguns programas de resíduos sólidos estão
sendo elaborados pelo Ministério do Meio Ambiente juntamente com a FUNASA - Ação
Resíduos Sólidos da Fundação Nacional de Saúde - e outros órgãos. O objetivo é
acabar com os lixões e melhorar a qualidade ambiental. De acordo com o
Ministério do Meio Ambiente, o projeto prevê a implantação, ampliação ou
melhoria do sistema de coleta em todos os Estados brasileiros e bem que nossa
cidade deveria ser contemplada com um apoio para desenvolver ações concretas
com relação ao destino do lixo, as futuras administrações podem buscar ficar a
par do projeto e em angariar o apoio e os fundos necessários para investimentos
e tais ações.
Contudo espero realmente que a preocupação e os investimentos
para destinação mais correta ao lixo produzido por nosso município não acabe
como a ETE – Estação de Tratamento de Esgoto – que apesar de as obras terem
sido iniciadas não foram concluídas e já tem meses que estão paradas e o único
rio que corta nossa cidade continua poluído, o esgoto continua sendo jogado no
mesmo e a população continua sofrendo com o mal cheiro, esse, porém é um assunto que terá um tópico
especial, no momento discutiremos aqui o que seria um aterro sanitário e como
funciona, lembrando que para que tenhamos um aterro sanitário ou controlado é
preciso também incentivar a reciclagem e a coleta seletiva.
Um aterro sanitário é uma
“instalação de eliminação utilizada para a deposição controlada de resíduos
acima ou abaixo da superfície natural”, em que os resíduos são lançados
ordenadamente e cobertos com terra ou material similar. Existe coleta e
tratamento do chorume e controle sistemático das águas lixiviantes e dos gases
produzidos, além disso, é realizado monitoramento dos impactos ambientais
durante a operação e após o seu encerramento.
A diferença entre o aterro
controlado e o sanitário está exatamente no fato de que no sanitário há a
coleta e tratamento do chorume e no outro não.
Somente a argila pode ser usada para
cobrir os resíduos por ser impermeabilizante essa camada de terra que vai por
cima dos resíduos evita a presença de animais, como urubus, cães e insetos.
Também pode ser usado uma lona preta plástica que muitas vezes é vista em
barracos para uso humano chamada polietileno de alta densidade (PEAD), que em
geral tem espessuras de 1,5mm ou 2mm.
Tecnicamente falando agora, um
aterro sanitário é uma solução que incorpora todas as recomendações das boas
técnicas e práticas de geotecnia ambiental atualmente incorporadas nas
engenharias sanitária e ambiental.
Trata-se da escavação de uma vala,
em que a cota da superfície de fundo esteja no mínimo 3m acima do lençol
freático, que deverá ser revestida com uma geomembrana (neste caso a lona).
Para garantir a eficácia e
eficiência do sistema de impermeabilização que evita que os líquidos do lixo,
chamados de chorume, se infiltrem contaminando solos e água subterrânea,
colocamos um colchão de areia e um dreno chamado “testemunho” abaixo da lona
plástica impermeabilizadora. Este dreno é recolhido numa caixa de inspeção fora
da vala, e o objetivo é que sempre esteja seco, pois se apresentar chorume
significa que a lona foi danificada e precisa ser consertada. Caso contrário
não adianta fazer o aterro sanitário e não garantir sua eficácia.
Acima da lona, são instalados
filtros para expulsão de gases, como o metano que se forma da fermentação da
matéria orgânica, e um sistema de coleta de chorume no fundo da vala, para
envio deste líquido para um instalação de tratamento do efluente.
Em aterros de classe IIA, realizados
pelas prefeituras para acondicionamento dos resíduos domésticos, raramente
estes aterros tem cobertura. Mas em ARIPs (Aterro de Resíduos Industriais
Perigosos, que são classe I), mantidos por empresas e instituições privadas
para destinação final de seus resíduos perigosos, estes aterros são geralmente
cobertos, para que o volume de chuvas não aumente a quantidade de efluentes a
serem tratados.
Tanto nos aterros públicos, quanto
nos privados, sempre é feita uma drenagem pluvial em superfície, com meia cana,
por fora da escavação, para impedir que as águas superficiais aumentem o volume
de chorume a ser produzido e tratado.
Toda água que passa através dos
resíduos, sejam quais forem os resíduos, se torna contaminada e precisa de tratamento.
E em ambos os casos são instaladas redes de piezômetros (que nada mais são do
que poços de coleta de amostras para controle), onde são coletadas e analisadas
águas em intervalos trimestrais. Isto é feito para garantir que os aterros
estejam sendo eficientes e não estejam poluindo ou degradando solos e águas
subterrâneas.
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